O documentário de Cláudio Manoel de 2009 mostra a meteórica carreira de um dos maiores artistas da música popular brasileira: Wilson Simonal Filho, que alcançou o sucesso, a fama e uma legião de fãs com seu jeito malandro e cativante de ser.
Simonal chegou a cantar para plateias de 50 mil pessoas, que faziam coro com suas músicas e se encantavam com seu estilo malandro. Negro, pobre, filho de empregada doméstica, cabo do exército e extremamente talentoso foi condenado ao ostracismo e ao esquecimento ao se envolver em uma acusação de crime contra o seu ex-contador, Raphael Viviani, até se tornar alcoólatra e falecer em Junho de 2000, praticamente ignorado para a classe artística e a mídia.
Nas décadas de 60 e 70 Simonal já estava tão conhecido que apenas Roberto Carlo estava sua frente na venda de discos. Segundo depoimentos de amigos e familiares, isso incomodava a crítica que o considerava um “criolo metido” porque não aceitava ordens.
Simonal acusou Raphael de roubo e o demitiu. Insatisfeito com a demissão ele moveu uma ação contra o cantor. O contador foi agredido por agentes do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) – órgão de repressão da ditadura militar. O nome de Simonal foi envolvido como mandante da agressão e de ser informante do DOPS.
O roteiro do filme é baseado em entrevistas de diversas personalidades como Pelé, Chico Anysio, Nelson Mota, Toni Tornado e seus filhos Max de Castro e Simoninha. Vídeos das entrevistas e apresentações do cantor são inseridos no documentário que conta a trajetória da sua brilhante carreira até seu esquecimento.
Inocente ou culpado?Cláudio Manoel não se posiciona no filme, mas em todos os momentos é evidente que há muita história pra contar e muita gente para ouvir. Entre a culpa e a inocência, resta o benefício da dúvida do envolvimento do cantor. Mas uma coisa é fato – o talento do cantor é inegável, e mesmo tanto tempo depois o malandro Simonal é e continuará sendo uma das maiores expressões da cultura brasileira.
