quarta-feira, 4 de abril de 2012

Resenha:"TIROS EM COLUMBINE"

O cineasta Michael Moore mostra no documentário ganhador do Oscar de melhor filme documentário em 2006. O que se vê no filme é o uso e a fascinação que os americanos tem pelas armas, o medo e o racismo explícito em cenas narradas pelo diretor e personagem fundamental na construção da historia: o próprio Michael.
O assunto que dá vida ao documentário é o massacre que ocorreu em Columbine em 1999,onde 2 adolescentes ( Eric e Dylan) mataram 14 estudantes e 1 professor na Columbine High School, localizada no estado do Colorado.
O documentário é todo protagonizado por Moore que vai a vários lugares mostrando cenas que em alguns pontos nos deixam perplexos, como a abertura de uma conta que dá direito  um rifle.Muito se criticou a respeito da edição das cenas e a manipulação das imagens.Em alguns pontos a edição fez toda a diferença e a ideia de um grande plano sequencial se perdeu, mas nada que perdesse o brilho de um trabalho brilhante do diretor.
Cenas fortes, trilhas marcantes, uma narração interpretada e a naturalidade nas cenas ajudam a prender a atenção de quem vê.
A todo instante a pergunta é: De quem é a culpa de um país como os Estados Unidos, considerado de primeiro mundo ter 11 mil mortes por ano e tantos massacres como os de Columbine?
Moore questiona se astros como Marilyn Manson ,a televisão,os videogames e o cinema são os grandes culpados.O medo que os americanos sentem do mundo lá fora, do negros, asiáticos e de tudo que não esteja dentro de sua cultura os torna reféns da insegurança.
Outro ponto forte do documentário é o depoimento de Charlton Heston – ator de filmes como Ben-Hur e os Dez Mandamentos, que se irrita com as perguntas de Moore sobre a Associação Nacional do Rifle, da qual ele faz parte, e o deixa falando sozinho.
O sarcasmo nas entrevistas é evidente e até uma animação no melhor estilo de south park é usada para mostra o cotidiano do americano e a cultura do medo
Cenas do atentado em 11 de Setembro e de Lockheed Martin – uma das maiores fábricas de armamentos de destruição em massa do mundo ,localiza no Colorado em Littleton, local onde está situada a escola que ocorreu o atentado.Outras cenas interessantes foi um fala-povo nas ruas do Canadá, onde todos os entrevistados disseram que não trancam suas casa, porque não tem medo, enquanto nos Estado Unidos cadeados triplos e portas fortemente trancadas são comuns.Michael confere de perto e prova que, mesmo um país em que a maioria dos seus habitantes possuem armas em casa, tranquiliza os cidadãos a qualquer hora.
O filme é uma grande bofetada na face dos americanos ao estilo mais irônico possível. Até agora estou me perguntando como o brilhante documentário foi digerido pela Academia e levou o prêmio máximo do cinema Mundial. Vai entender os americanos né?